Empresário de Guarantã do Norte e servidores de Peixoto de Azevedo são presos por suspeita de corrupção no transporte escolar do município
Investigação aponta que servidores públicos recebiam propina disfarçada por meio de contas bancárias dos filhos, em esquema ligado à prestação de transporte escolar na zona rural de Peixoto de Azevedo.

Foto: Polícia Civil - MT
Guarantã do Norte/Peixoto de Azevedo — 10 de abril de 2025
A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou nesta semana a Operação Caminhos Ocultos, que apura suspeitas de corrupção em contratos do transporte escolar do município de Peixoto de Azevedo. Foram presos preventivamente um empresário de Guarantã do Norte e dois servidores da Secretaria Municipal de Educação de Peixoto de Azevedo.
A investigação teve início após uma denúncia anônima, que apontava que os servidores estariam recebendo pagamentos indevidos de uma empresa contratada pela Prefeitura para fazer o transporte de alunos da zona rural. De acordo com o delegado regional Geraldo Gezoni Filho, os repasses eram feitos de forma oculta, utilizando contas bancárias em nome dos filhos menores dos servidores.
A Polícia cumpriu três mandados de prisão preventiva. Dois dos investigados já prestaram depoimento e o terceiro será ouvido ainda hoje. Além disso, documentos e informações sobre os contratos estão sendo analisados.
As investigações apontam que as planilhas de quilometragem rodadas foram fraudadas, aumentando os valores pagos pela Prefeitura à empresa. Entre os meses de julho e dezembro de 2024, foram identificados R$ 111 mil em repasses suspeitos.
O delegado afirmou que, até o momento, não há indícios de envolvimento da atual gestão no esquema. No entanto, os investigadores devem ampliar a análise para contratos de anos anteriores.
“Vamos ouvir todos os servidores da Secretaria para entender como era feita essa contratação. A empresa já prestava serviços em gestões anteriores, então o inquérito pode se expandir”, disse Gezoni.
Os investigados poderão responder por corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O inquérito deve ser concluído em até dez dias, com encaminhamento ao Poder Judiciário.